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“Vocês são profissionais da saúde e não da doença. Sua responsabilidade com o paciente não acaba com a prescrição no remédio. Para cumprir bem o seu papel, vocês têm que compreender as dificuldades que os pacientes enfrentam para se tratar e ajudá-los a contorná-las”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, aos 50 alunos da primeira turma do curso de medicina da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Ele ministrou a aula magna do curso assistida por outras 400 pessoas.
Padilha falou, em aula inaugural, para os alunos da primeira turma do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, sobre o Sistema Único de Saúde
Padilha destacou que a formação de novos médicos e sua fixação nas áreas mais carentes é um dos grandes desafios do Brasil. Ele ressaltou que o ministério tem trabalhado na fixação e provimento do médico em áreas mais carentes e que a criação do curso vem ao encontro desta política.
O novo curso nasce sintonizado com as diretrizes da política nacional de saúde: com foco na saúde pública, na atenção primária, na humanização do atendimento e articulado desde o início com o Programa de Saúde da Família (PSF). O curso é o primeiro da Zona Leste de São Paulo, região carente onde vivem quase 4 milhões de pessoas.
“Era um antigo sonho formar médicos para a região. Já mantemos 42 programas de residência e a maior parte desses alunos continua trabalhando na região depois, mas sentíamos a necessidade de médicos com uma formação generalista mais consistente”, explicou Pedro Félix Vital, médico gestor do curso de medicina da Faculdade Santa Marcelina.
Com um vestibular que teve 44,5 candidatos por vaga, o curso admitiu alunos de todo o país, sendo 30% da capital. Entre os calouros, 57% são mulheres e 10% são bolsistas do Programa Universidade para todos (Prouni). “Temos um aluno que é da própria zona leste, mas pretendemos ampliar esse acesso diversificando os mecanismos de financiamento”, frisou Vital.
Entre os diferenciais do curso estão disciplinas como gestão à saúde, medicina baseada em evidências e introdução à pesquisa científica, além de humanização do atendimento, esta última ministrada pela equipe de palhaços Doutores da Alegria, que há 20 anos atua em hospitais. A faculdade é vinculada ao Hospital Santa Marcelina, o único de alta complexidade da região, onde os alunos terão seu campo de estágio. Instituição filantrópica, o hospital tem 87% de seus atendimentos pelo SUS e é responsável, como organização social, pela gestão de 58 unidades Básicas de Saúde e 15 unidades de Atendimento Médico Ambulatorial municipais.
Além de um amplo panorama dos avanços que o Sistema Único de Saúde (SUS) logrou desde que foi criado, em sua aula magna Padilha falou dos grandes desafios postos para aquele que é o maior sistema público gratuito e universal de atendimento à saúde em todo o mundo. Entre as conquistas, destacou a redução da mortalidade infantil e materna para a metade na última década, sendo, neste último caso, 21% só no ano passado, quando teve início o programa Rede Cegonha de atenção pré-natal. Entre os desafios, enumerou os proble;mas emergentes, como obesidade e o crescimento dos acidentes de trânsito.
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